A Missão
de Ferreira de Castro ( 1898 -
1974) -
“França, Segunda Guerra Mundial: o frade Georges Mounier informa o
superior da congregação religiosa a que pertence que, ditado por um imperativo
de consciência, tomara a iniciativa de suspender a ordem de pintar a palavra
Missão no telhado do convento, que permitiria assinalar o edifício pelo ar aos
bombardeiros alemães. Porém, tal iniciativa equivaleria igualmente a denunciar
o edifício semelhante ao lado, antigo convento de freiras transformado em
fábrica que contribuía para o esforço de guerra francês, pondo em risco a vida
dos operários e das famílias que viviam nas habitações em torno deste. «As
mesmas letras que nos protegem podem representar uma sentença de morte para os
homens que ali trabalham», explica o frade ao superior, desencadeando um aceso
debate sobre a decisão mais correta: a de conservar a neutralidade da Missão ou
a de salvar vidas, colocando-se ao serviço de umas das partes do conflito. O
desfecho será inesperado.”
de Richard Zimmler
“Em abril de 1506, durante as celebrações da Páscoa, cerca de 2000
cristãos-novos foram mortos num pogrom em Lisboa e os seus corpos queimados no
Rossio. Reinava então D. Manuel I, o Venturoso, e os frades incitavam o povo à
matança, acusando os cristãos-novos de serem a causa da fome e da peste que
flagelavam a cidade.
Os Zarco, uma família de cristãos-novos residentes em Alfama, tinham como
patriarca Abraão Zarco, iluminador e membro respeitado da célebre escola
cabalística de Lisboa.
Depois do pogrom, Berequias Zarco, sobrinho e discípulo de Abraão, vai
encontrar o tio e uma jovem desconhecida mortos numa cave que servia de templo
secreto desde que a sinagoga fora encerrada pelos cristãos-velhos. Um e outro
estão nus e banhados em sangue. Estranhamente, a porta está fechada por dentro.
Um manuscrito iluminado, recentemente terminado por Abraão Zarco, em que os
rostos dos seus vizinhos e amigos representam personagens bíblicas, desapareceu
do seu esconderijo secreto.
O assassino teria sido
um cristão ou, como os indícios fazem crer, outro judeu? Quem seria a rapariga
morta? Estaria o rosto do assassino representado no manuscrito roubado?O
Último Cabalista de Lisboa é um extraordinário romance histórico tendo como
pano de fundo os eventos verídicos desse mês de Abril de 1506 e pode ser lido a
vários níveis, na tradição de um verdadeiro livro cabalístico.”
De Gabriel Garcia
Marquez ( 1927 -2014) – obra prima de um prémio Nobel da
literatura
“Obra-Prima da
literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou
definitivamente Gabriel García Márquez como um dos maiores escritores do nosso
tempo.
«Muitos anos depois, diante do pelotão de
fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde
remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão
célebres já como as palavras iniciais do "Dom Quixote" ou de "À
Procura do Tempo Perdido" - começam estes "Cem Anos de Solidão",
obra-prima da literatura comtemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo,
que consagrou definitivamente Gabriel García Márquez como um dos maiores escritores
do nosso tempo.
A fabulosa aventura da família
Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias,
incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações são a representação
ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro. “
328 páginas
Ray
Bradbury (1920-2012) Um clássico da ficção científica
O sistema era simples. Toda a gente compreendia. Os livros deviam
ser queimados, juntamente com as casas onde estavam escondidos...
Guy Montag era um bombeiro cuja tarefa consistia em atear fogos, e gostava do seu trabalho. Era bombeiro há dez anos e nunca questionara o prazer das corridas à meia-noite nem a alegria de ver páginas consumidas pelas chamas... Nunca questionara nada até conhecer uma rapariga de dezassete anos que lhe falou de um passado em que as pessoas não tinham medo. E depois conheceu um professor que lhe falou de um futuro em que as pessoas podiam pensar. E Guy Montag apercebeu-se subitamente daquilo que tinha de fazer...
A forma como reconhecemos o nosso mundo naquele que é retratado em Fahrenheit 451 é impressionante… e assustador.
Guy Montag era um bombeiro cuja tarefa consistia em atear fogos, e gostava do seu trabalho. Era bombeiro há dez anos e nunca questionara o prazer das corridas à meia-noite nem a alegria de ver páginas consumidas pelas chamas... Nunca questionara nada até conhecer uma rapariga de dezassete anos que lhe falou de um passado em que as pessoas não tinham medo. E depois conheceu um professor que lhe falou de um futuro em que as pessoas podiam pensar. E Guy Montag apercebeu-se subitamente daquilo que tinha de fazer...
A forma como reconhecemos o nosso mundo naquele que é retratado em Fahrenheit 451 é impressionante… e assustador.
( 193 páginas)
Aldous Huxley
(1864-1963)
Um outro admirável clássico
de ficção científica que podes ler
Publicado em 1932, Admirável Mundo Novo tornar-se-ia um dos
mais extraordinários sucessos literários europeus das décadas seguintes. O
livro descreve uma sociedade futura em que as pessoas seriam condicionadas em
termos genéticos e psicológicos, a fim de se conformarem com as regras sociais
dominantes. Tal sociedade dividir-se-ia em castas e desconheceria os conceitos
de família e de moral. Contudo, esse mundo quase irrespirável não deixa de
gerar os seus anticorpos. Bernard Marx, o protagonista, sente-se descontente
com ele, em parte por ser fisicamente diferente dos restantes membros da sua casta.
Então, numa espécie de reserva histórica em que algumas pessoas continuam a
viver de acordo com valores e regras do passado, Bernard encontra um jovem que
irá apresentar à sociedade asséptica do seu tempo, como um exemplo de outra
forma de ser e de viver. Sem imaginar sequer os problemas e os conflitos que
essa sua decisão provocará. Admirável Mundo Novo é um aviso, um apelo à
consciência dos homens. É uma denúncia do perigo que ameaça a humanidade, se a
tempo não fechar os ouvidos ao canto da sereia de uma falsa noção de progresso
(259 páginas)
Gonzalo Torrente
Ballester ( 1910 - 1999)
"Tal como acontecera já em
Espanha, a Crónica do Rei Pasmado foi um grande êxito em Portugal. Nada
mais natural. É que este «scherzo em re(i) maior alegre, mas não demasiado»,
como o próprio autor lhe chama, é um livro particularmente saboroso, hábil e
irónico, narrado com a mestria e a sabedoria de um escritor como Ballester. A
partir do pasmo extasiado do rei ao ver pela primeira vez uma mulher nua, e ao
querer ver nua também a rainha, toda uma intriga se tece na corte, metendo
nobres, inquisidores, uma afamada meretriz, um jesuíta português, a superiora
do convento; toda uma tela de uma obra que bem justifica o qualificativo de pitoresca,
num divertimento de primeira água."
(178 páginas)
Carlos Ruiz Záfon
Uma aventura empolgante, cujas
primeiras páginas podes ler aqui
“Numa manhã de 1945 um rapaz é
conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: o
Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito
que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e
segredos enterrados na alma obscura de Barcelona.
Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo o eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página.”
Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo o eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página.”
400 páginas
Atonio Skármeta ( 1940-)
“Mario Jiménez, jovem pescador,
decide abandonar o seu ofício para se converter em carteiro da Ilha Negra, onde
a única pessoa que recebe e envia correspondência é o poeta Pablo Neruda. Mario
admira Neruda e espera pacientemente que algum dia o poeta lhe dedique um livro
ou aconteça mais do que uma brevíssima troca de palavras ou o gesto ritual da
gorjeta. O seu desejo ver-se-á finalmente realizado e entre os dois vai
estabelecer-se uma relação muito peculiar. No entanto, a conturbada atmosfera
que se vive no Chile daquela época precipitará um dramático desenlace…
Através de uma história tão original como sedutora, Antonio Skármeta consegue traçar um intenso retrato da convulsa década de setenta no país andino, assim como uma recriação poética da vida de Pablo Neruda.”
Através de uma história tão original como sedutora, Antonio Skármeta consegue traçar um intenso retrato da convulsa década de setenta no país andino, assim como uma recriação poética da vida de Pablo Neruda.”
(176 páginas)
Lê um pouco aqui
Mia Couto ( 1955- )
“Um acontecimento real - as
sucessivas mortes de pessoas provocadas por ataques de leões numa remota região
do norte de Moçambique - é pretexto para Mia Couto escrever um surpreendente
romance. Não tanto sobre leões e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo
em condições extremas.”
( 270 páginas)
Lê aqui
Helena Marques
“A condição
feminina é um tema que assume especial destaque em todas as narrativas da
autoria de Helena Marques, independentemente da época histórica que recriam. O
romance O Último Cais, cuja ação decorre no Funchal em finais do século XIX,
apresenta um grupo heterogéneo de mulheres de diferentes gerações. Perante uma
sociedade conservadora e moralista, em que são geralmente tratadas como seres
inferiores, as mulheres vêem-se obrigadas a escolher entre duas atitudes
possíveis: a resignação ou a rebeldia. As personagens femininas que mais se
destacam no universo diegético são as insubmissas. Fortes e determinadas,
desprezam as convenções e, assim, contribuem ativamente para a evolução das
mentalidades. O romance pode ser lido, portanto, como o elogio das mulheres
lutadoras e irreverentes – o elogio da insubmissão.”
Paula Margarida
Pinho
O Último Cais é um texto
envolvente, sedutor, pela sua aparente simplicidade. Pela sua beleza. Pela sua
força, tecida de pequenas fragilidades, de pequenas fragrâncias de pequenas
cintilações musicais...» Maria Teresa Horta
(192 páginas)
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